O Ministério do Interior da Espanha declarou estado de emergência nesta segunda-feira (28) após um apagão de grandes proporções afetar a maior parte da Península Ibérica. Por volta das 23h, no horário local (18h de Brasília), cerca de metade do país ainda estava sem energia.

O estado de emergência será implementado nas regiões que o solicitarem, como já fizeram Madri, Andaluzia e Extremadura. O cenário gerou cenas de pânico: moradores correram para caixas eletrônicos, ruas ficaram lotadas e houve busca desesperada por sinal telefônico.

O primeiro-ministro Pedro Sánchez convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança Nacional e, em pronunciamento oficial, garantiu que o fornecimento foi parcialmente restabelecido graças às conexões com França e Marrocos. Apesar da recuperação parcial, Sánchez alertou que ainda não há informações definitivas sobre a origem da falha, pedindo calma e que a população busque informações apenas por canais oficiais.

De acordo com o gestor da rede elétrica espanhola, a previsão inicial era de 6 a 10 horas para o restabelecimento completo da energia, no melhor cenário.

O caos se espalhou por todo o país: em Madri, equipes de emergência realizaram centenas de resgates de pessoas presas em elevadores. O metrô, que transporta cerca de dois milhões de passageiros por dia, foi evacuado sem incidentes, e grandes congestionamentos paralisaram a cidade.

O tráfego aéreo também foi interrompido em Madri, Barcelona e Lisboa, segundo a Eurocontrol, órgão regulador europeu.

Em Portugal, a operadora REN relatou dificuldades para previsão de normalização, enquanto o governo português afirmou que a falha provavelmente se originou na rede de transmissão espanhola. Lisboa registrou apagões em vários bairros, paralisação de trens de metrô e problemas no trânsito.

Relatos nas redes sociais mostram supermercados lotados, filas em postos de gasolina e cancelamentos de voos da TAP Air Portugal, que chegou a pedir que passageiros não se dirigissem aos aeroportos até novos comunicados.

Apesar do impacto generalizado, Sánchez afirmou que "não há problemas de segurança" e que hospitais continuam operando com geradores de alta autonomia.